a meio foi criada na zona sul da cidade de São Paulo com o objetivo de somar na cena underground de arte e moda do país. São Paulo é uma cidade intensa que, na maioria dos casos, mantém, com seus habitantes e visitantes, relações que costumam ser dicotômicas: amor ou ódio.

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suas ruas são galerias de arte e, ao mesmo tempo, evidências das desigualdades dessa metrópole que é tão linda quanto brutal.

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a cidade, apesar de diversa, sofre uma segregação nítida, onde só quem tem dinheiro é visto. o resultado é um retrato fiel do resto do país, onde a arte, por um lado, é "valorizada", mas raramente "monetizada", fato muito bem demonstrado quando se vê a quantidade de artistas que têm potencial de "estourar", mas que não conseguem ter seu trabalho sequer visto.

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pensando nisso, a ideia da meio, em um primeiro momento, foi de transformar esse meio, promovendo o contato entre as marcas e as pessoas com a divulgação gratuita de peças produzidas por marcas independentes nacionais, além da venda de peças selecionadas que passam por um processo de curadoria, o qual é focado na seleção das melhores peças disponíveis no mercado underground, sempre buscando trazer exclusividade e autenticidade por um preço justo e acessível.

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mas isso foi apenas o primeiro passo.

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a meio anseia ser mais do que uma plataforma cuja função seja somente facilitar que outros artistas possam se expressar. o que adianta fazer isso e não utilizar esse espaço para se expressar?

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daí veio a vontade de criar. porém não do nada, criar por criar; mas sim criar soluções para pessoas reais, as mesmas pessoas que “alimentam” a meio: os artistas.​​

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assim nasce a meiofodase, que, inspirada nos artistas independentes, pretende ser uma marca de moda utilitária agênero que brinca com as normas e só liga para o que importa, o resto fodase.

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a ideia é fazer uma espécie de releitura do que seria um movimento descendente do punk, o qual denominou-se "pós-hardcore", porém não tanto em relação à música, mas sim ao comportamento, como uma espécie de revolta já mais madura e consciente em relação à concretude da vida.

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é rebelde, mas não anárquico. é contestador, mas realista. é um “fodase”, mas não um “fodase” à toa, e sim um “fodase” sensato.

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é a insubordinação do jovem artista que tem a rua como escritório e se vê prejudicado pelo sistema, mas também entende que o sistema se quebra de dentro pra fora.

 

a marca tem como inspiração os jovens artistas independentes e o impacto que a moda tem na maneira como essas pessoas se relacionam com o tempo e o espaço durante o dia-a-dia na cidade, trabalhando para fazer seu negócio virar, mas ao mesmo tempo tendo que pagar as contas de casa.

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o objetivo é vestir esse jovem que se vê perdido em uma multidão de semelhantes que, assim como ele, tem que estudar, trampar, ajudar a família, e depois disso tudo, correr pra fazer seu trampo independente dar certo.

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da consciência de ser um entre muitos, vem a necessidade de ser original, único, autêntico.

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na meio, um dos principais pilares é o "gosto pessoal". a opinião de um otário não importa. o “bonito” não é e tampouco deve ser algo imutável, intocável, padronizado. cada um tem a sua brisa, e isso sim que é bonito.

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a marca trabalhará com peças de design autoral e colaborações com artistas independentes selecionados através de uma curadoria para a produção de peças/estampas, além da confecção de peças únicas ("1 de 1") através do uso das técnicas de upcycling e rework.

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as peças são não apenas exclusivas e com designs diferenciados, como também são funcionais, úteis.

são peças que, na sua maioria, não se limitam ao óbvio, além de oferecer versatilidade e conforto ao artista, permitindo que ele se sinta único e consiga expressar sua autenticidade enquanto obtém uma maior conexão consigo mesmo e com o ambiente durante todo o seu dia.

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todas as roupas utilizadas para a confecção das peças únicas são garimpadas, limpas, reimaginadas e então costuradas e vendidas por uma única unidade de ser humano, então nem tudo vai ser perfeito, e é isso.

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em resumo, a missão da marca é trazer a exclusividade que esse jovem busca através de peças 100% únicas (utilizando técnicas como o upcycling e o rework) e de peças produzidas de maneira limitada, sem reposição de estoque e por um preço melhor que o resto.